Na verdade não
estamos habituados ao elogio. Não estamos habituados a sermos reconhecidos pelo
nosso melhor, mas sim, condenados pelas nossas falhas, que habitualmente são
carimbadas de “incompetências”. Porquê existir um Livro para reclamar, e não
existir também um Livro para elogiar? Certamente não serei eu a única a
deparar-me todos os dias com pessoas maravilhosas, empáticas e verdadeiramente
interessadas naquilo que fazem.
Acredito que existem
lacunas que juntos poderemos colmatar. O elogio é uma delas. Precisamos
aprender a elogiar e a aceitar sermos elogiados também. Elogiar é um acto
nobre, que se foi perdendo num tempo, onde o foco, passou do individuo em si,
para aquilo que ele faz. Se faz bem é bom, se faz mal não presta. Com esta
ilusão de perfeição, fomos levados a olhar para aquilo que nos falta
(principalmente qualidades) e não para aquilo que de maravilhoso temos. E,
assim caminhando solitário no tempo, o elogio foi perdendo o seu espaço,
tomando a crítica as rédeas de tudo. É preciso elogiar. Reconhecer o que é bom
e ousar deixar isso registado. Por tudo isto, surgiu o “ Livro de Elogios”, que
traz consigo a esperança de contribuir para um mundo melhor.
Um mundo onde cada
Ser humano sinta vontade genuína de reconhecer o melhor de si próprio e do seu
semelhante. Para quê só dizer mal, se há tanto bem para dizer?Hoje em dia
ninguém elogia, ninguém dá uma palavra amiga, e ninguém diz que aquilo que
fazemos está bem feito. Nos dias que correm quem ainda está por cima da cadeia
limita-se a exigir, a esticar a corda, a levar o elástico ao limite, sem no
fundo querer saber da resistência que, quem está na base, pode ainda ter. Tudo
isto afinal para introduzir um tema que urge ser necessário entre pares,
amigos, familiares e, acima de tudo, no local de trabalho – pois parece que nos
dias que correm ter emprego é um luxo- contra todas as leis presentes na
Constituição da República Portuguesa (porque é que será que ninguém falou disso
dia 5 de Outubro?) Um elogio não só fortalece a auto-estima como também aumenta
motivação. O elogio dá lucro, mas tem de ser bem feito Digo isto a título
pessoal, mas não sou a única (que alívio!) segundo especialistas na área da
psicologia, e num artigo que encontrei na revista brasileira “Época” , que
nomeia uma pesquisa levada a cabo pela Harvard Business Reviewna rede Best Buy
“0,1% de compromisso extra dos funcionários representa US$ 100 mil a mais de
faturamento anual.(…) ”O estudo de Harvard mostra que não deve ter apenas
funcionários satisfeitos, mas também comprometidos, pois esse envolvimento faz
com que eles despendam esforços extra“
Embora o maior
envolvimento resulte de vários fatores- satisfação pessoal, plano de carreira,
cafezinho grátis, água e mesmo fruta (já existem várias empresas em Portugal
que o fazem) Chester Elton, autor d’ “O princípio da cenoura “confirma que a
principal característica dos gestores mais bem-sucedidos é o facto de estes
demonstrarem reconhecimento de forma frequente e eficaz.
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